Escrevo o que escrevo agora quando não escrevo o que escrevo nos outros dias. Escrevo sem ordem, um risco riscado no céu, do avião que passou ou não passou, mas riscou um sinal ténue de fumo na boca do céu.
Quando não sei que dizer, começo sem dizer e depois descubro que o não ter nada para dizer é o mais eloquente dos discursos. História plena não acidentada, vale cavado sem ciúme, montanha de ar sem vento, demora de um corpo ausente, constatação de que, afinal, a morte existe.
Quando não digo nada, o tempo é leve, o amor labora na fração do instante mais sublime.
E eu penso que morrer é ir contigo para o céu num barco a vapor que risca o firmamento. Se eu pensar bem nisso, garanto que o amor é mais forte e mais real do que esse vinco.
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