Sabe que já lá vão luas demais desde que o encontro sublinhou o fundo do olhar imerso em frieza. Não sei onde o gelo te toma a voz e como o quebras, mas é em mim que a água desce, fria e maturada de um novo ódio. Nunca olhes uma mulher com tanto gelo, podes quebrá-la.
Sabe também que cada golpe de frio dissolve os ossos que tanto se aprumam para ti. Se agora, nesta missiva, volto, é sem alento. Agora que o sol nos reentra e só ficou o sal chorado, que esperar de ti, como encher este pronome nós, para que sejamos um de novo, um só nome, um só corpo?
Esta carta não tem retorno, nem sequer destino, mas sabe aterrar na caixa do amor, na rua do amor, na alma de quem o sente.
Apenas te leva estas miudezas e apuros da razão, para que assentem a poeira que nos toma os olhos de cegueira. Cegos de incompreensão, naquela ponte quebrada..
Consertamo-la ou não?
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