Já não há prodígios na escrita. Nunca houve. Sílabas e sentidos reúnem vontades ocasionais, (sem poesia, essa embarcação dos deuses e dos amantes).
Já não há amantes. A poesia reúne o desejo recíproco e esgota-se na miudezas das palavras.
Já não há deuses, ficaram reclinados no vinho e nas almofadas, sem mais glória do que assistir à confirmação dos fados.
Só há homens, nas suas despojadas vestes, de peito aberto em longa febre.
E há mulheres com corpos que sonham com homens que sonham com versos e a febre dos versos reveste os corpos.
Já não há corpos, só intenções, intensa laceração do corpo, na poesia ritmada.
A poesia antecede a morte, não sabiam? Mas então, vocês não sabem nada!
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