Não há pressa de partir, não precisas de quebrar os pratos onde antes comemos as mesmas emoções, nem de selar as janelas, muito menos os corações.
Pelas manhãs eu trazia flores, agora sei que só consigo colher uma a uma as maiores dores.
Mas a poesia é essa angústia do flagelo, essa reverberação do medo, da morte, a crista fria do medo.
Tempos houve em que a pureza me fazia leve, para, leve, me enlevar por ti.
Mas ainda hoje vi um pardal numa árvore cujo voo me fez pensar em ti.
Pelas manhãs vejo-te como a batida mais pura do meu coração que, vivendo, quase parou.
Ainda hoje vi um rasgo na paisagem, uma nuvem que pressenti. Saudei-a com um sorriso. Deve estar a passar por aí.
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