Há noites que custam a acabar, como aquelas peças de teatro longuíssimas, em que as personagens devoram os atores, os atores esquecem o papel e desmembram o guião, são actantes perfeitos, personas modeladas no tédio da sala, os espetadores a sentirem-se atores, abandonando a comodidade para se expressarem e banirem o torpor.
Há noites que custam a acabar, quando há um ponto no infinito e nós dois, como atores secundários, estamos lá, figurantes da história de amor que soubemos inventar.
O pano fecha-se, só os olhos não. Esta é uma noite de estreia numa sala cheia da tua ausência mas vazia de solidão.
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