O metal range, geme, planta-se no ar e alonga o seu grito mais agudo. Ouço blues.
A música dança no quarto e reverbera luz num copo de wiskey, blue, blue moon, I'm really blue
Detesto o wiskey. Só serve para me trazer um pouco do sol dourado de mais um dia que passou
Sem ti, todos os dias são espaços vazios, como se falhasse sempre o comboio à mesma hora
Sinto-me marginal de mim mesma, consolada por este choro copioso dos blues, mas viva, viva, com um vulcão moderadamente aceso para me permitir cuspir melancolia
I'm blue, muitas vezes fico blue. Na nossa terra chamamos-lhe nostalgia.
Tenho saudades do tempo em que nos descobrimos um ao outro e soubemos que era para sempre
Deixa-me verter toda esta líquida orvalhada, a saber a sal, Georgia on my mind
É a nostalgia daquela bela cegueira que houve, quando nos achámos nas palavras, é ele, vai ser ele, quem é ele?
Deixa-me tapar-te os olhos. Um beijo fresco. Com muita nostalgia. E isto não é um poema é uma nota de suave alegria.
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