Não posso inverter o curso do ribeiro que segue quase seco para o centro da tua alma sendo eu a fonte, a nascente interna dessa água
E como posso dançar se não tenho nem saias nem ináguas nem rendas que sejam brancas e verdadeiramente claras, como posso dançar se a cítara se cala, ou vem de longe e lembra a tentação das almas esfomeadas
E onde vou buscar a vara funda que bate a terra e abre valas e funde as estações apenas numa
Não posso suavizar a menor nuvem, amansar os ventos, nem sequer posso olhar-te na mais doce penumbra
Só posso pontuar a noite com amorosas reticências e frases fecundas nas quais me verto como água pura das mais frescas grutas
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