17.8.21

Vestir o sonho

Eu agora atalho pelos sentimentos e prendo a realidade no mais longínquo tronco do caminho. Já não faço o inverso. Aprendi que o medo separa mais do que qualquer longa ausência. O que foi riscado do calendário foi para sempre, porque o tempo também nos assusta, só porque existe.

Dantes, gostava mais de talhar a realidade com os moldes do sonho, para depois a viver por dentro, na seda do forro, como naqueles casacos em que incansáveis alfaiates punham pontos e pespontos.

Insisti, joguei, atravessei do sonho para a realidade, várias vezes pisei a linha e sempre perdi. Agora não visto o fato do sonho para viver, visto-o para existir, enquanto vejo o amor morrer num lugar perto de ti.


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