Meu amor, digo, e ilumino o meu dia. Morro se não puder chamar-te assim na voz dos minutos, no cicio dos segundos.
Meu amor, alguém dirá, mas eu não ouço. Morro por não te ouvir dizer "meu amor" pelo menos todas as vezes que nos meus sentidos digo.
Poucos conhecem o mistério das sensações que voam. Porque a distância é, como se sabe, o ponto mais oriental do coração, onde se encontra o caminho para o amor, um lugar plano que se inclina em montes e vales para ser longe.
Mas certas palavras encurtam o tempo e o espaço. Aquecem no inverno e refrescam no verão. Espalham pólen e libertam borboletas.
Alguns seres ganham asas à noite pra voar de dia, só por adormecerem com as poderosas palavras "Meu amor".
Abrem a porta para uma casa encantada onde só cabem dois.
Por isso é que eu digo sempre que o verdadeiro indigente é aquele que não diz estas e outras palavras que abrigam o coração.
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