Chamas-me para o sortilégio.
O sortilégio como uma vela que se apaga e se acende e, ao acender, acende o conceito doloroso de ti.
Se me cruzasses numa encruzilhada vizinha, verias o rubor em redor do meu corpo e o meu corpo aceso de rubor.
Mas nestes dias, aqueço-me menos em ti. Sonho que sorris para mim, com o olhar encantado e ao mesmo tempo retido. Acordo com vontade de me diluir em algo novo, não sei o quê.
As cartas são banais como um assento de nascimento com narrativa completa. Digito, digito, apago, apago, cogito, cogito e não consigo virar as palavras para dentro da luz. Uma existência áspera em lã e burel. Fujo quando posso como se fugissemos os dois para o interior de uma paisagem de papel. Mas nunca te encontro na metade real da existência.
Haverá alguma metade irreal da existência? Se sim, a quem interessa? E como se vai para a metade irreal da existência sem um bilhete de volta?
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