há valas, valados, vales
tudo o que és, tudo o que fazes
é esse salto alongado entre o tempo que percorres
o relevo que encontraste
e aquilo que vales
há poemas que percorres
com paragens alongadas entre rimas desfazadas
são valas que não entendes, só aquele que as fala
sobe os vales do passado
as memórias que são malas
na viagem destinada
há momentos que tivemos
(poucos foram)
com as veias devastadas
a febre de amor e estradas
- estradas para o desencontro
há vales, valados, valas
já subimos e descemos todas as alturas
já falamos e dissemos em todas as falas
as diversas fráguas, os diversos males
as invenções do amor em tempo de mágoas
se me deres a mão eu saltarei
valas, valados, vales
se eu te der a mão tu saltarás
todas as distâncias que nos prendem
a música, a poesia, a alma
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