21.2.22

valas

há valas, valados, vales

tudo o que és, tudo o que fazes

é esse salto alongado entre o tempo que percorres

o relevo que encontraste

e aquilo que vales


há poemas que percorres

com paragens alongadas entre rimas desfazadas

são valas que não entendes, só aquele que as fala

sobe os vales do passado

as memórias que são malas

na viagem destinada


há momentos que tivemos

(poucos foram)

com as veias devastadas

a febre de amor e estradas

- estradas para o desencontro


há vales, valados, valas

já subimos e descemos todas as alturas

já falamos e dissemos em todas as falas

as diversas fráguas, os diversos males

as invenções do amor em tempo de mágoas


se me deres a mão eu saltarei

valas, valados, vales

se eu te der a mão tu saltarás

todas as distâncias que nos prendem

a música, a poesia, a alma



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