As cartas no vento, querido, chegam a tempo, entregues em mão, arrumadas no coração
A tempo de serem passarinhos loucos, nuvens alagadas, névoas felinas
As cartas voam com a pressa de partir e voltam com a pressa de dizer, voltam a tempo de ficar
As cartas da noite sempre se perdem. A Lua sabe, mas ela nunca distribuiu cartas de amor
À noite cobrem-nos a sedução, o sonho injetável, inadjetivável, uma dimensão para lá das palavras
E as cartas da noite sempre se perdem. Talvez já não saibamos escrever. Estou cansada, querido, e ainda agora comecei a viver
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