Sinto o mundo a murchar nas rosas secas e capto a essência do que foram.
Devem ter sido mais belas que os meus poemas que nunca soube escrever.
Capto o amor onde o vejo e viajo solta nas voltas do amor, sem que me vejam.
Não sei fazer poemas e acho que nunca os soube fazer. Temos de ser a rosa viva e escrever a sangue o seu declínio.
Temos de reeditar palavras de rio a correr. Ou palavras de vento pousadas nas árvores, trocadas como altos suspiros do entardecer.
Nunca soube fazer poemas. Leio muitos livros intensos nos olhos dos homens. Mas isso não é poesia.
Poesia não é uma recoleção. Nem reconhecimento.
Vai mais longe o poeta que mesmo sem ver devolve aos outros o crivo do seu ser. E, depois, não esqueçamos que Poesia é verdade, a outra face do saber.
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