12.12.22
Contigo
És assim. Escreves com uma tinta ternurenta repleta de verdade. Contigo o frio passa a quente, o vento desvanece, a inquietude é quieta. É como tu és. Sobretudo, és fonte e a tua água é uma serena carícia de fresca floração por cada pele que vestes, cada história que inventas. Tu és autêntico, porque as tuas palavras escrevem-se fundo. Discursivas, as minhas, artificiais e impuras, jamais perfeitas, são como o coração das pedras: nunca se ouve bater. É mais o enfeite do que o efeito. Tenho de aprender a limpar as palavras do seu uso banal e aprender as tuas. Escreves-me diretamente no coração. E eu nem sequer consigo dizer que te amo, sem subir ao palco à espera da ovação. (Mas amo).
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