Já ouvi muita gente falar de amor, como o fazem os grandes e eternos enamorados. Mas depois não amam.
O amor forte tem de ser banal, inexplicável, inexorável e totalmente inapropriado.
Para ser amor, tem de assomar aos olhos e ruborizar faces.
Nenhuma mão ficará muito tempo quieta, se há amor.
O amor escava inquietação e intoxica o ser de tão banal, quanto ébrio. Só pode sentir o amor quem o sente.
Se consegues desatinar com a sua dor de dentes e até esqueces a tua, estás infetado com amor.
A doença não evolui para melhor, pois quanto mais remédios tomares, mais adoeces, mas é uma doença feliz, com mimos e ternura redobrada, carinhos várias vezes ao dia e várias tomas de um elixir secreto que só se fabrica com paixão e apetece aplicar em todo o corpo, demoradamente.
Ah, não duvides, se é amor que sentes, todo o teu corpo o diz, mesmo se a boca o desmente.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Deixa aqui um lírio