Algumas noites e o tempo, por dentro, rasgam-nos o ventre, vertem luz, vazam o mais doce veneno
Noites em que ficamos perto, sem abrir a porta a nenhum estranho, com o abismo aos pés e o infinito sonho
Estamos sós para sempre com a levíssima fímbria de algo azul, a dobra de um lençol verde de vida,
violeta de amor
São as noites longas de um passado verão, paralelamente inverso entre a loucura e a paixão
Mas, meu amor, as palavras no inverno são a longa morte das cigarras
Estas não cantam e as formigas, eternas obreiras, também não. Por isso não me peças versos nem cerejas
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