Não sede nem fome, visito a casa pela sombra rente ao soalho, onde a memória não cede
E vejo ainda os firmes passos da ausência, o brilho da cera a refletir os dias passados
No quarto as flores secaram as palavras, dobradas que foram como mantas para o próximo inverno
Corpo serpente, as escadas separam a morte, que da vida, pouca coisa de porcelana ainda
Saberá a casa e ela apenas o que murmura o silêncio de arcos e ecos infinitos, saberá sequer que nos habita?
Como harpas, como farpas, as memórias andam pé ante pé pela casa. E a casa fomos nós, numa outra vida.
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