E eu penso, Todo o nevoeiro é plasma das almas
Eu juro que as suas vestes alvas embalam a chuva. E sei que a chuva vem por nós, chove como linho, suave renda, chora como o mundo devia chorar nesta noite lamacenta
Depois vejo, sob a chuva de névoa, as portas do céu alagadas e anjos dentro
Piedosas mãos espalham, sopram as nuvens, secam, colhem aves nuas
Com o trovão na garganta a querer sair, aguda forma rasga o céu de um fogo vivo
Esbraceja a tempestade e de negro se veste o dia,
Meu amor, a chuva sempre foi o manto e nós a terra em sede
Na voz forte d fogo, a profecia. Parece tarde para nós, parece tão tarde, nós, a quem a chuva sempre unia
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