27.6.24

Trovoada

É o apagamento, um quase luto. Por um instante, a vida no alto do mundo, algodão puro

E eu penso, Todo o nevoeiro é plasma das almas

Eu juro que as suas vestes alvas embalam a chuva. E sei que a chuva vem por nós, chove como linho, suave renda, chora como o mundo devia chorar nesta noite lamacenta

Depois vejo, sob a chuva de névoa, as portas do céu alagadas e anjos dentro

Piedosas mãos espalham, sopram as nuvens, secam, colhem aves nuas

Com o trovão na garganta a querer sair, aguda forma rasga o céu de um fogo vivo 

Esbraceja a tempestade e de negro se veste o dia,

Meu amor, a chuva sempre foi o manto e nós a terra em sede

Na voz forte d fogo, a profecia. Parece tarde para nós, parece tão tarde, nós, a quem a chuva sempre unia 

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