O retrato está na parede (vazia), demasiado perfeito para ser verdade
Os retratos já são a morte a olhar-nos, a morte do rosto, a morte do momento
E depois, antes da luz havia a câmara escura e o mistério do rosto
Amamos por dentro sem a luz dos olhos, buscamos um rosto na câmara escura
Perdemo-nos quando nos encontramos, nus, cegos, dentro de uma redoma barata
Fomos atravessados por dentro num violento golpe do olhar alheio
E, assim, profanados e inseguros, ansiamos e receamos que a imagem exposta seja um perfeito daguerrótipo
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