4.9.24

Resta-me a vida

A vida é tudo que tenho e por isso ainda respiro, ainda vivo, ainda nasço de manhã com as aves, no repentino golpe do vento, na álacre lembrança do teu rosto

Ainda vivo por mim, por ti, por todas as mulheres de que descendo, por todos os filhos que tive e pelos seus filhos e por todos os rumores do silêncio vivo

A vida, entendes, é por ela que me decido, corto à direita e à esquerda, perco perícia no ofício, pois já me esgotei no que dei ao mundo

A foz, assim, se avizinha. Não me peçam que viva mais do que me dá a vida. O amor nos teus olhos, a sombra das oliveiras, tão pacíficas, e ficar assim a beber cada segundo, sem pressa de me vencer e não vencida

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