Nada. Não tenho nada. Saltei tantos ribeiros que cheguei de olhos cheios à terra seca
Fui como a água de um lago quente, doce e limpa. Depois derramei-me sem rumo, à espera
À espera de algo que, afinal, só podia estar na raiz mais funda de mim
Pouco posso dar, perdido que foi o momento certo, o tempo em que dar era a espinha dorsal do meu ser
Agora só quero receber. Seja o que for. Aceito sorrisos e piscadelas de olhos, aceito desafios e corridas para ver quem chega primeiro, aceito os anos e os erros dos outros, aceito maratonas de séries negras e marés inesperadas no olhar
Mas saberei dar? Sim, o olhar sereno de quem se aceita assim, enfim nua como sou. A raiz sólida que prende a terra com sede de a possuir
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