Perdemos hábitos como os velhos perdem dentes. Por exemplo, esperei-te tantas noites na tua capa homérica, sem conseguir encerrar a noite, inconclusa esta por falta da palavra, tantas vezes te quis sentir, tanto quis ouvir o discurso lírico da noite, que acabei por me fazer eu a que tarda, a que tardou por ser demasiado imaterial o improvável abraço, a incerta intimidade. Mas sabes que fazes parte do meu plano de paz. Para a morte, ainda não, mas para uma pequena vida. E hoje, ainda por cima, abusei do café e da saudade.
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