6.6.08

desfibrilação

eis que a fala me fecunda
na desfibrilação do
silêncio

féretro que abandono

pode ser doce o mundo
que me lambe o sangue
sensível como um velho arame

sulfuroso corpo que em festa se ateia o novo rigor da morte
ouço e confundo gestos de mansa fome, cegueira cega de andar
seguir em frente o punho das rosas sangrentas,

vistosas
como dentes de leão cravados na pele. giestas gentis
pela tua mão. já me deixei há muito tempo, desocupei-me
ocupo a carapaça do vento,

o abrigo das ceifeiras pela calma
desponto contigo no tempo da alma
vivifico os vincos do meu corpo

poderias ser outro
mas foste tu que me celebraste
com o rigor de uma navalha



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