
eu na terra
cravada raiz de algas lisas
no mar apenas dos meus dedos presas
tu água
rumorosa acesa
latente e solta como te desejas,
água ébria
água mutante, raiz revolta
de cores azul, verde e violeta
em fundo de louçã transparência
somos senhores
de territórios firmes
nem sempre o mar se acrescenta
e se some na verdade da epiderme
ou se embebe na estratoesfera
de um tempo que não torna
nem sempre a terra se atreve
a deixar que o mar a leve
nas convulsões das espumas e brumas
da sua natureza incerta
se não formos anfíbios
nem sequer areal
como nos sobrevivemos
parados entre terra e mar?
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