tudo pode ser rumor dentro do poema
o vau do corpo passado a nado
o mergulho dentro do gesto irrevogável
num ápice a tarde que é convulsa
e se distende na rota do abraço
tudo é rubor rente às rosas
mesmos as amarras caídas
das quatro torres alçadas
mesmos as mãos petrificadas
das estátuas esquecidas
nada no poema é sobressalto
todas as palavras são proferidas
com civilidade e sintonia
e o que a tarde nos arrulhou
são simples fugas
que os nosso dedos conjuntos
desenharam na partida
e por fim, ninguém parte
nem se junta
tudo permanece igual no poema
como no tempo, como na vida
ao longe os pinheiros serenos
copas altas corpos fundos
as flores que se reclinam para dentro
e tudo é este teatro de emoções
agudizamos as pedras que alisamos
depois...
eu e tu duas opções:
o mais que te quero
o pouco que me pedes
e o dia termina assim:
tu estás aí e eu estou aqui.
quem foi que desta vez arrasou o mar
e levantou tão longa onda
se a enseada que nos abriga
é recatada e circular
e já nada nos inunda?
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