por vezes a noite rasga tudo
e um toque de seda me sucede
clara e cristalina a fria febre
da tua ausência frente à minha
aclaro a tua voz na garganta
um veio de luz vivo entre os seios
bem podias vir pelas entranhas
e viajar meu corpo pelo meio
todas as coisas soltas na tua boca
presas em fios de fibra fina
esticada e tensa a corda do meu ventre
no frémito que à boca vinha
tudo em nós crescia em noites findas
na tua mão aflorando a pele de jacinto
fazia um risco de arrepio e de fascínio
corpo de cobra o enlace que pressinto
na memória viva do meu sangue...
...éramos o círculo da chama e da palavra
e no ventre desmaiada, ontem como hoje
a árvore sossobra...
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