6.9.08

poema com corpo

chá de rosas
e entre nós rumores
de uma lágrima

íntima trégua
esta que nos afaga
chegou a hora amor
a terra anunciada
os louvores cuidados
do cicio da palavra

premente a pausa
que me pousas
na tua boca, amor
tudo se aquieta

como uma pedra
solta no espaço
ou uma sonda
toda a luz da tua voz
me repousa

é tarde na nossa noite
talvez já nem me ouças
como um candelabro inquieto
já te foste

mas a minha paz ainda te reflecte
águas celebradas no meu corpo
se chegaste
mansidão e ansiedade
se permaneces

por quanto tempo
a chuva entre paredes
a prece latente
aguda e demorada
a nossa morte lenta
na lisa madrugada

corpo retido
dentro do poema fundo
estremecido
talvez a noite te contenha
num lago de camélias
talvez te afundes
na fraga do meu peito
meus seios novelos
talvez me enleies
e eu me enfeite
hera contente

.

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