chá de rosas
e entre nós rumores
de uma lágrima
íntima trégua
esta que nos afaga
chegou a hora amor
a terra anunciada
os louvores cuidados
do cicio da palavra
premente a pausa
que me pousas
na tua boca, amor
tudo se aquieta
como uma pedra
solta no espaço
ou uma sonda
toda a luz da tua voz
me repousa
é tarde na nossa noite
talvez já nem me ouças
como um candelabro inquieto
já te foste
mas a minha paz ainda te reflecte
águas celebradas no meu corpo
se chegaste
mansidão e ansiedade
se permaneces
por quanto tempo
a chuva entre paredes
a prece latente
aguda e demorada
a nossa morte lenta
na lisa madrugada
corpo retido
dentro do poema fundo
estremecido
talvez a noite te contenha
num lago de camélias
talvez te afundes
na fraga do meu peito
meus seios novelos
talvez me enleies
e eu me enfeite
hera contente
.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Recentemente...
Não consigo viver mais dias. Já são tantos e tão inúteis. Preparo lentamente a minha fuga, a maior de sempre. Será rápida e ninguém dará por...
Mensagens populares neste blogue
-
Ele costuma escrever-lhe cartas riscadas como vinil, cartas sem nome, curtas e voláteis, mas ela lia claramente o som da voz, a saudade da...
-
Entre montanhas planeio voos e plano sobretudo o lugar da ilha A vida existe mesmo que a não queira. Mesmo que a chame e a submeta aos pés d...
-
A idade é um percalço programado. Nas pedras é musgo e pó. No corpo é uma delicadeza de cetim amarrotado. Nesse pano acetinado a idade não s...
Sem comentários:
Enviar um comentário
Deixa aqui um lírio