1.9.08

Ser Setembro

cantar o canto de Setembro provar delicadamente o mês do mosto há lá alegria maior que esse momento em que o fruto nos chega aos lábios e nos rende o seu gosto? cantar o mês maduro a inclinação do sol a nossos pés a lânguida lonjura do horizonte na podridão dos frutos e pássaros contentes ser Setembro no recolhimento secar os frutos todos do amor reclinar o olhar no fogo e esquecer ser como o camponês que mede o tempo pelos alqueires de trigo amealhado e pelas madrugadas estremunhadas ceifar todos os postulados e filosofias mondar da vida as ilusões sonhar o canto das cotovias e o voo alto dos falcões não mais querer que o contentamento da obra terminada, ao rasar de mais um dia como se o corpo fosse Setembro e a vinho novo nos tomasse as veias em lento alvoroço .

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