5.10.08

albergue

harpas,
julgo ouvir harpas no silêncio
são sons sussurrados
como um vento agudo
na desolação dos casebres

um manto quente
lã da pele que nos prende
falar-te é abrir o desabrigo
e ganhar um albergue
doce e quente

serão harpas
mas são os dedos com que me pressentes
podes entrar no lugar que ocupaste sempre
tudo é teu, na minha casa
tudo dentro te pertence
toca-me como essa harpa

mas não fiques parado
no patamar
furtivamente
podes entrar, no quarto,
onde o meu amor se aquece
em banho-maria, a fogo brando
podes entrar nos meus sonhos
eu mando-te o código

só precisas de fechar os olhos
e murmurar baixinho o meu nome
a contra-senha sei-a eu
e é claramente
amo-te...

.

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