8.12.08

gerbera


gosto de imaginar o sol, dentro do peito

igual a uma gerbera pujante

que no estio nos extingue a morte e o medo

no Inverno nos brilha a vida estanque


o tempo devolve os seus sinais

e hoje apenas sei olhar para trás

para onde o Sol me brilha mais


não importa a rima fácil

nem que tudo passe, até o tempo

que a indiferença me orne o regaço

como uma papoila triste

num ninho de garça


não importa, insisto neste facto

que fiquem vazios de ti os meus braços

pois é minha a chama que carrego

pois são meus os versos nus e baços


mas por muita paz que sinta

é tua a trança que desfaço

e tua a tapeçaria que teço e desteço


mas já na ilha não há esperança

de um dia voltares,

onde nunca chegaste antes...

o lugar do inamovível beijo

a arca branda, o breve toque

a gerbera do desejo.



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