8.12.08

rio suspenso

não te afastes da porcela do meu corpo
pois serva sou de um prazer fundo e neutro
como se ausente te achasse nas mãos de outro

não te apagues na clareira dos meus versos
uso aspas fundas como centelhas
setas ornadas de veneno
místicas velhas das que quebraram reinos
em alcovas de segredos

centro os furacões no meu peito
quando a chuva apenas me é tecto
arremesso fundo este silêncio
quero-o vigilante e tenso
como espasmo acetinado e liso

mas não quero que a vida me atravesse
sem dor, sem sofrimento e sem paixão
como um rio suspenso
fechado na foz das tuas mãos...

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