3.12.08

o tempo e o silêncio

olha como hoje as nuvens navegam alto
em plumagens escuras e tristonhas
como até as gaivotas hoje se extinguem
na alegria do costume

olha a prata que o rio oculta,
o vagar novo dos barcos
a sua pálida espuma
na passagem rio acima

olha a ponte tão sisuda
sem palavras de partida
nem palavras de chegada

olha o mundo em desconcerto
a minúcia da discórdia
e nós, meu amor,
nesta paisagem
somos silêncio e luz
um tempo erróneo

o tempo e o silêncio
os contornos do desenho
num só plano tu e eu
próximos, distantes
íntimos... estranhos!


Bom dia para ti!

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