1.12.08

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eis pois que o dia nos levitou
ausentes de nós e dos astros
presentes num sono perifrástico
em fugas de luz em sopros de água

eis que o meu corpo te antecede
no beijo que os lábios drenaram
das amplas fontes do leito

eis que nos recolhemos amenas aves
entre a pele contente
eis que o tempo nos prende
e a palavra nos segura

urgento-me em ti, sargaço lento
o gesto que paira em porto ardente
brandas ancas nos teus dedos
flancos fortes entre os meus

círios em redor dos olhos
centelhas no timbre da voz
meu corpo refúgio, em ti
sou sangue e suor
na sombra que nos reveste

e que suspira o sopro sumido
se tudo é muda cegueira
no abraço que nos despe?


dorme bem...

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