estamos bem assim, não vês?
o caldeirão lá fora agita-se com o vento
parece o sino das trindades
de um dia de Novembro
Ao lume a panela ferve de desejo
borbulhante e pronta para um chá
com as ervas frescas do brejo
este cadeirão é longo e tem braços
que nos prendem dentro
desaparecemos na tarde
sem um gesto ou um lamento
crepitam palavras no lume aceso
sabemos onde os lábios se encontram
no seu silabar impreciso
brumas na janela, neve e flores
fluem cá dentro
o teu livro pende, a minha mão tapa o teu peito
desces a barreira verdejante no sono de um momento
estamos tão bem assim, não vês?
quem tem um livro, e o amor basto no peito
nunca numa tarde achará amargo o tempo...
beijo-te amor meu. obrigada.
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