rabiscos meus
são velas marinhas
palavras tantas
viajantes minhas
entre a terra e o mar
valentes viram à proa do olhar
e captam um horizonte raso
a perder de vista
vislumbro dias e noites previstas
irregulares como os búzios do mar
palavras minhas tolhidas e estranhas
contidas, vazias, nebulosas, frias e rectangulares
sempre que as recorto e coso
as palavras que ouso
são meras e doces, sem sabor a nada
já não há geometria igual
à outra que tinha
agora as lages são peças certinhas
e as palavras caem sem vida, sem veia
num palco vazio recebem
aplausos tão mudos, tão frios...
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