26.9.10


queria que soubesses que te pressinto, mas não te sonho, que te busco, mas não sei onde te encontro, ou sob que palavras te escondes, nem sequer por que te escondes. sei apenas que as letras se espalharam sem voz, sem rosto, sem a inflexão única do teu dizer. o mundo desmaiou lentamente para mim. enclausuro-me no centro dos meus olhos e elejo o quarto como refúgio. vivo um presente estranho, como se após um vendaval viesse uma zona de calma profunda e tudo que respirasse não fosse ar, mas silêncio. vivo submersa, falo submersa, afloro os dias sem os tocar. e é assim que caminho para uma dissolução de mim mesma, lugar onde antevejo o vazio de não saber de ti.


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