não sei o que atravessa a noite sem parar
voz de animal ensurdecida no silêncio
alma invisível, comboio sem paragem
não sei como fico a ouvir tanto silêncio
e a sentir em meu redor tamanha aragem
faz frio e eu envolvo-me nas palavras
não as quero na pele, são frias e vagas
mas eram elas que me estremeciam
quando se erguiam na noite como
doces estátuas
tudo acabou. na imprecisão do rosto
não há agora nada; foi uma nuvem
que subiu tão cedo, e se perdeu
em sonhos ou em água
e a casa calada e intensa, é um lugar
onde a vida morou, mas não
era nada, só uma despedida
de luz, enquanto a vida nos ficou
desabitada e antiga
e ferida
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Recentemente...
Drawing a portrait
I've been drawing a portrait It should be your portrait But everybody seems to see Someone else Maybe you are not you Or my portrait is...
Mensagens populares neste blogue
-
Ele costuma escrever-lhe cartas riscadas como vinil, cartas sem nome, curtas e voláteis, mas ela lia claramente o som da voz, a saudade da...
-
Entre montanhas planeio voos e plano sobretudo o lugar da ilha A vida existe mesmo que a não queira. Mesmo que a chame e a submeta aos pés d...
-
A idade é um percalço programado. Nas pedras é musgo e pó. No corpo é uma delicadeza de cetim amarrotado. Nesse pano acetinado a idade não s...
Sem comentários:
Enviar um comentário
Deixa aqui um lírio