18.1.11

não sei o que atravessa a noite sem parar
voz de animal ensurdecida no silêncio
alma invisível, comboio sem paragem
não sei como fico a ouvir tanto silêncio
e a sentir em meu redor tamanha aragem

faz frio e eu envolvo-me nas palavras
não as quero na pele, são frias e vagas
mas eram elas que me estremeciam
quando se erguiam na noite como
doces estátuas

tudo acabou. na imprecisão do rosto
não há agora nada; foi uma nuvem
que subiu tão cedo, e se perdeu
em sonhos ou em água

e a casa calada e intensa, é um lugar
onde a vida morou, mas não
era nada, só uma despedida
de luz, enquanto a vida nos ficou
desabitada e antiga


e ferida

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