18.2.11

hoje está alta a Lua
ornamentada de bruma
no limite da claridade

são dois círculos
a lua e a cintura da Lua
pousadas ambas
no ramo de estrelas
que cintilam pela terra

gosto das luzes urbanas
são como sinais de gente
velas que se acendem
de esperança ou de ternura

esta noite sou um desses pontos
na intensa nebulosa à minha volta

talvez poucos me suspeitem
ou me pressintam,
mas a vela existe e trémula
resiste à inclinação do tempo

é bom saber que outras velas,
ainda que mais trémulas
ou mais intensas, bebem do mesmo
oxigénio a mesma exacta medida de
silêncio como forma de conter
dentro do peito o universo
e ao lado a solidão

nas mãos uma palavra de amor,
ao peito um verso de inquietação

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