Tens as mãos frias ao chegar. Não sei como permites que o frio se enterre na tua pele em vez do calor da minha.
Tens a voz trôpega, como o ébrio que tropeça nas pedras da noite. Podias ciciar
trémulas heresias sem sabor a álcool, se bebesses da substância de um novo amor.
Assim, saltaste no tempo para onde eu já tinha saltado e a rocha achou-te só enquanto eu, no outro lado, ainda tentava regressar.
Mas sabes? Se não podemos inverter o tempo, podemos inverter a mesa e iniciar tudo ao contrário, alinhar as peças e disparar na direção do coração.
Talvez assim, eu e tu possamos esquecer que estamos vivos, num mundo que não nos pode abreviar.
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