27.8.19

Manhã de neblina



Madrugadas brancas, com um cavalo obscuro
A cavalgar no sangue, crinas desvairadas
Saltos imprevistos e sucalcos amplos
Lugares onde o pensamento anda

Manhãs com fumo esparso no sol
Névoa em agosto, cegueira ou desgosto

Entrança-se o sono em volta da fala
A manhã tem um silêncio alvoroçado
Nas quotidianas margens da palavra

Tudo se repete, até o que já foi repetido
depois da última repetição - mas a vida
parece sempre nova de manhã

Só o amor, na sua ausência, se apresenta
como um impulso da razão, uma dor latente
que custa a passar

Será do nevoeiro, ou da irremediável
perda da emoção?

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