A visão de um delito não é única. Eu vejo o que vivi. O que me roubei. A teimosia, a teia, o teu rosto, o rasto da tua fuga teci tudo com uma só mão, para não ter as duas numa realidade sem encanto.
Tu vês o que vês de cada vez que vês a outra berma da estrada sinuosa da minha história de amor. Mas fui eu quem fez a estrada.
O delito é meu. Tu és o lugar passivo que elegi. Mas não foste nunca desencanto, porque rasgaste aquela cascata luminosa onde me banhava nas noites de luar só para ti. Selo num beijo o diálogo mais belo da prevaricação do amor.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Recentemente...
Ângulos
Escuta Esta noite é mais aguda. Alguns cães ainda ladram à passagem da nossa sombra. Eu estou sentada no eixo duma escuridão sem nome. Tu re...
Mensagens populares neste blogue
-
Ele costuma escrever-lhe cartas riscadas como vinil, cartas sem nome, curtas e voláteis, mas ela lia claramente o som da voz, a saudade da...
-
Há quantas luas levamos o tempo às costas, nas mãos alagadas de suor? E há quantas luas lemos os seus sinais, as nuvens que a encobrem, rasa...
-
Atravessar contigo o rio, comove tanto, o passo tonto. Atravessar contigo o rio, uma pedra, outra pedra, saltas tu, salto eu, aqui dá fundo,...
Sem comentários:
Enviar um comentário
Deixa aqui um lírio