Quero eu hoje fazer, ao modo provençal,
uma canção de amor a meu senhor,
que é comprido de doçura e sensatez.
Porque, sem tal desmerecer aplauso,
meu senhor alonga-se em perfeição
e não há quem lhe faça par, em formusura de olhos, de boca e bem falar.
Porém, partiu-se de mim pela coutada
e a névoa cobriu a porta do amor, onde cairão a chuva o pó e o meu pesar
E eu não vejo o cavalo que o levou. Por Deus, que a curva o traga asinha, a cavalgar na sela ou por seu pé
Pois esta coita de amor por quem partiu
em lugar de dor, deceção e mal sentir
compridamente me faz esperar o sol que o trará, quando a névoa descerrar seu coração.
E ai de mim o se vejo o cavalo regressar triste e sozinho por meu senhor que andará no alto mar.
Agora que da névoa se apartou, saberá Deus onde andará? Que a curva e o cavalo me venham asinha resgatar ou um barco sem proa me leve este coitar.
28.10.19
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