Quero ser árvore a cair para o rio
Um freixo, um chorão, qualquer que seja
Sempre a beber na fonte imensa
Um espelho de água e de inocência.
Quero olhar por muito tempo o rosto
De Narciso inclinado para o abismo
Quero ser o rosto e ser Narciso
Sem deixar de ser o precipício.
E os belos olhos do amor
Neve e carvão dos mais puros
Nessa água se apagarão
E então estaremos juntos
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