25.6.20

Doces sentimentos

E no entanto, o amor, a vida e ver-te vivo
e no entanto alheio, sem saberes que
te bebo suavemente a boca e beijo as mãos
e absorvo o olhar e a expressão

e não sou uma nuvem nem um corcel
que aflora a tua pele

não sou um arrepio de vento
uma massa de ar quente que te envolve

são braços que te querem no abraço do poente

É uma porta secreta que, sem querer, se abriu de repente - deviam proibir o coração como tinteiro

Querer-te é como olhar a jóia impossível na vitrine de um ourives - talvez nunca a consiga,
mas olhar é a posse mais livre, que nenhuma lei proíbe

Esta noite o elo é mais solto e a sedução mais eminente - usarei a jóia no meu peito
apertadamente

Nunca me saberás intensa e tão mulher, eu escrevo-te na sombra sempre e, no entanto,
na roupa limpa das palavras, só o meu corpo não mente

Meu amor, escrevo, sem direito a usar possessivos ou outros determinantes que
não são deste mundo, mas determinam doces sentimentos

Não leias, nem tentes captar.o que não posso dizer, mas deixa-me olhar pela vitrine.
Sou feliz só por te ver.

Escrevo com sinceridade, nunca serei um poeta eloquente.
Deviam proibir o coração como tinteiro


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