11.7.20

acalmia e depois vento

não sei onde vou buscar as mãos
para premir as teclas, uma e outra,
acalmia e depois vento

penso-te muito para lá da realidade
e isso é longe demais do lugar
do meu presente

penso com o coração enamorado
mas não há paz lá dentro

penso com o corpo
e dói-me a incúria, o abandono
esta deteriorização que ninguém entende
ninguém segue, ninguém pressente

visto-me de luz
mas ninguém olha, ninguém vê, ninguém entende

estás longe, admite. tão longe como toda a humanidade
que me dissolve viva no mais fundo alambique
como se faz a um vinho velho que, assim,
fica ainda mais rico

mas eu sei que resisto
tenho o teu amor arrecadado
abro o baú e respiro-o
e não preciso de mais do que isso


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