11.7.20
admissão reservada
sim, podes entrar, a porta nunca se fecha para o que faz bem à pele, aos rins, às rugas do coração,
a porta é a própria razão de existirmos, como bem sabes, porque onde há uma porta há sempre uma saída e uma exclusiva entrada que nos priva do resto do mundo, do peso excessivo de estar vivo
admissão reservada a coisas supérfluas, como pagamentos, fraudes, enganos, mentiras, reclamações,
pagamentos e prestações; entrada livre ao sujeito e ao objeto poético, as entidades que sobressaem de nós, depuradas das ninharias que nos quebram os dentes
mais do que objeto poético tu és o fundo do meu pensamento, uma espécie de cama onde me afundo, quando tudo é por demais insuportável ou quando a paixão é por demais forte
eu sou apenas o sujeito que sente e se escreve a medo, traço, linha, ponto, ponto, um código quase morse que nem eu mesma entendo, porque o importante não é a pobre incidência poética mas o que nessa pobreza se esconde. e só tu sabes o quê e onde a tua voz toca mais dentro. trauteio o amor que me declaras, mesmo sabendo que pode não ser meu somente, mas anda cá, sempre a melodia deste amor antigo a escrever na minha voz a entoação mais bela e persistente
adoro-te, sabes? não sei dizer mais porque o tempo e a minha natureza mórbida não me deixam ir em frente e, se fosse, também não saberia onde é que se vai quando se vai em frente.
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