15.9.20

Submersão

Não sei se alguém me lê, mas tenho a certeza de que não. São muitos anos presa em versos de paixão.

Hoje rebelo-me como as ervas que crescem mais, quando são pisadas no chão.

Amanhã volto a agradecer a alguém pela atenção de me olhar, incentivar, aproveitar de mim qualquer coisa.

Depois declino a dor da solidão e adereço-me ao mundo dos devaneios e a minha ceia é a ilusão.

São vagas que vêm e às vezes, por algum tempo, não se vão.

Ultimamente perdi-me dos teus olhos. Não sei onde estão. E das tuas palavras. Não sei quais são.

Sou intensamente intensa. Mas perco-me submergida na minha própria paixão.

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