Os rios vertem os seus caudais no mar. Os rios revertem para a grandiosidade dos oceanos, subvertem as correntes marinhas, transvertem águas doces onde só há sal. Os rios invertem a montante, quando encontram o mar.
Mas o mar puxa amorosamente as águas a si até a subversão do sal se concluir.
Um homem e uma mulher, rios paralelos, só no mar se juntam. Provam as suas águas de mel que sabem a hortelã.
Vidas paralelas, braços de rio que foram abrindo caminho para se alcançarem e ficaram charcos entupidos de girinos. Retroversão no aperto de mãos. Saudação contínua.
Um homem e uma mulher, os mesmos sentidos descendentes, a mesma rota inacabada e nas fragas estreitas ainda presos chegarão ao mar os seus seixos e líquidos desejos?
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