3.10.20

Vícios

Lembrei-me agora, ao sentir na pele a frescura do algodão fino, de que sou viciada em edredons e mantas fofinhas. Podia ser pior e ser viciada em peúgas ou fatinhos para os meus gatos. Mas não. É uma espécie de luxúria, sentir o algodão seda no corpo. Não resisto ao branco puro. Parece que os sonhos soam melhor nesta planície algodoada.

Outros sonhos: tu

Tenho outros vícios. Também sou fã de casas antigas para renovar. Gosto de gizar num papel a amplitude dos espaços e de aproveitar o acaso para criar a surpresa do olhar. Desvendar-lhes os recantos, as cornijas e esconderijos, intercetar sinais vida antes de mim... (Mais vícios, tu, sempre tu).

Já renovei algumas, sim, mas ando sempre à caça de boas oportunidades, barato e simples com poucos custos.

Outro sonho meu relacionado com as casas vem do vício do campo. Anseio por (ti). 

Viver numa quinta rodeada de árvores e de casinhas para a criação, dá-me frisson. Talvez cabrinhas montesas ou borreguinhos, mas para os consumir só com os olhos. A inocência dos bichos acalma-me. Vê-los a saltitar livres é uma alegria que vem da infância. (Não vem tudo de lá?)

Talvez tenha mais vícios mas nada de que me consiga lembrar. Não fumo, não consumo alcool e afins. Não sou jogadora. Não tenho outros vícios materiais. Mas nutro o vício de amar, o vício dos jogos de amor, o vício da escrita de amor. São os meus vícios imateriais. Estes e, ainda e sempre, tu.

Não ficam caros,  são vícios confortáveis e fofinhos e não preciso dos bichos para acalmar o meu olhar.

Tenho o amor. Preenche tudo. Quem precisa de edredons se tem um peito que aconchega? Tu?





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