diz-me como podemos abrigar-nos, onde podemos abrigamos quando podemos abrigar-nos
do mundo
tudo me dói, meu amor, quando podemos ficar e onde cobertos, protegidos, longe do mundo a que não pertencemos, quando vamos poder ser como os lagartos ao Sol, as lagartixas nos muros, os peixes nas albufeiras, os patos nos lisos lagos, as aves debicando as uvas, quando podemos ser pessoas apenas, desobrigadas, louras e lisas no centeio da tarde alisadas pela pele centrífuga, e a fuga, a fuga, o nunca, não quero, que o nunca se interponha, entre a realidade dura e a realidade louca
segue-me, vamos fechar o mundo por hoje com um selado beijo na boca
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